Andando descalço em plena Av. Paulista




Precisei ir até uma clinica de oftalmologia nas proximidades da Av. Paulista, seria retorno após uma cirurgia, tudo bem. Mas um dia antes comprei um par de sapatos tipo mocassim.
Nunca gostei de usar sapato de bico apertado, isso porque com certeza poderia formar um joanete, uma unha encravada, e isso incomoda muito. Enfim o par de sapato era um pouco folgado. 
Andando pela Avenida Paulista ia lembrando de que certa vez, em razão de ter sido mordido por cão, estive ali no Instituto Pasteur, que foram 21 picadas de injeção abaixo do umbigo. Eu e meu tio Brás fazíamos o percurso a pé, da Rua Albino de Moraes, Vila Carioca até Avenida Paulista, quando passávamos em frente do Hospital Santa Catarina, dizia ele, os jogadores do São Paulo Futebol Clube se tratam aqui. O tio Brás era um são-paulino fanático, em certa ocasião fomos a pé também da Vila Carioca até o Morumbi, isto em 25 de janeiro de 1957.



Sentia nos calcanhares que os sapatos estavam ferindo, e na caminhada resolvi parar e olhar, enfim os dois estavam com bolhas prontinhas a descascar.



Mesmo com esse problema segui até o consultório, passei pelo oftalmologista, fiz o curativo e de volta até a estação mais próxima do Metrô. Com sinceridade percebi que já não podia caminhar normalmente. E agora pensei eu, aliás, não tinha outra solução. Tirei o par de sapatos, em seguida as meias e fui descendo as escadas da estação Brigadeiro. O problema do sapato estava resolvido, mas poderia levar alguns pisões nos pés dentro do vagão.
Nos tempos de criança andar descalço era coisa normal, ora ou outra vestia um par de “paragata roda”, termo usado pelos interioranos, sendo o nome correto “Alpargata Roda”. Mas andar descalço em plena Avenida Paulista num dia de sol escaldante com toda aquela movimentação de pessoas, veículos etc me causava certa vergonha.

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